domingo, 28 de outubro de 2007

Colar de pérolas


De vestido preto comprido desenhando as curvas do corpo, ela sai apressada. Os caracóis soltos sapateiam ao ritmo dos seus passos. Nos pés uns saltos altos guiam-na a qualquer lugar onde tu possas estar.
O salão estava cheio mas mesmo assim ela chamava a atenção cegando a vista de quem queria ser visto por ela. Lola, gostava de dançar com a anca enquanto andava, de mostrar o peito com um sorriso maroto num decote em V e, de dar sorrisos espontâneos.
Finalmente, chegas. Ali trocam palavras carinhosas, e o desejo aumenta enquanto a comida desaparece. Na sobremesa prometem um mundo inteiro de amores eternos impossíveis. (Sim, todos nós sabemos que existem momentos de felizes, agora amor eterno isso é paradoxal!)
De seguida, quase que se queimam com o café com tanta paixão, a necessidade de se amarem mais uma vez é cada vez maior. Pagam a conta e saem, é altura de irem mais uma vez a um Motel.
No quarto pétalas vermelhas por todo o lado embelezam o tamanho de tanta paixão, uma banheira redonda cheia de água pronta a receber dois corpos mais uma vez, uma garrafa de champanhe e duas taças altas de vidro fino, uma cama feita com uns lençóis escuros, do tamanho da noite que os esconde, e por fim, umas frutas para no final saciar a fome.
Ele despe-a lentamente deleitando-se como um artista quando aprecia uma obra de arte. Ela em movimentos lentos deixa-se levar como se uma valsa viesse tocando baixinho do seu coração, e todo o seu equilíbrio hormonal descontrola-se, a respiração altera-se, e começa a tocar-lhe mais e mais… as mãos não param, o desejo é ainda maior. Amam-se e voltam a amar-se, não fosse a vida tão passageira…
(2007.02.16)

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