«Eu amo-te!», gritei.
«O que é que isso tem de extraordinário?», respondeste beijando-me pela primeira vez.
«Para ti pode não ser extraordinário mas para mim é.»
«Cala-te. Sabes lá se eu gosto de ti também...?»
«Gosto! Foi o que disseste. Foi..."gostar" o verbo que empregaste. E eu não tive coragem de explicar-te que como tu gostas de mim, eu gosto de ananás, de sair à noite, de comprar azulejos em antiquários. Gosto de restaurantes à beira-mar quando acordamos às cinco da tarde e somos os últimos a almoçar ou os primeiros a jantar, nunca fica exclarecido. Por estas e por outras estarás sempre eu contigo e tigo com mim. Tornaste-me num perito da saudade, num impróprio para consumo. E eu nem te pedi nada. Não fui eu quem falou primeiro em ser feliz. Vendo bem, as pessoas não são felizes. Sofrem sim de uma doença boa, que é a ideia da felicidade. Com quê. Com quem. Quando. Mas porquê ninguem pergunta. Que pena. São nove da noite e eu pergunto-me: porque é que fodes o amor? E respondo-me: porque não resistes. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. E pronto Teresa, fazes-me acreditar que um homem desapaixonado é que é um verdadeiro homem. Como nos filmes. Durão. Porque em contrapartida os que dizem que te amam são moles e meninas. Mudam de voz. Fazem olhos de perdigueiro. Começam a gostar de doces. Têm ciumes. Têm filhos. São mamãs sem mamas. Não. Esquece. Tens talento mas eu quero ter a angustia ou o prazer de te provar que ainda temos muito tempo. E se o amor é fodido, peço-te, deixa-me continuar a fodê-lo contigo.»
terça-feira, 25 de agosto de 2009
SAUDADE
Sou uma infeliz que vagueio pelas ruas da vida à procura. Procuro-me, procuro-te e não me encontro, não te acho. Observo o vento e sinto a chuva. Sinto o calor das roupas quentes no corpo mas o vazio nenhuma consegue aquecer. Levanto-me da cadeira e ela arrefece tal como a tua presença no meu passado. Sou uma infeliz nestas ruas onde não me encontro...Monotomias ridículas em cada esquina que nos impedem de sentir o vento a brincar.
07/08/2009
07/08/2009
Pensamento Budista
A nossa existência é transitória como as nuvens de Outono. Observar o nascimento dos seres é como olhar os momentos da dança. A duração da vida é como o brilho de um relâmpago no céu, como uma torrente que se precipita montanha abaixo.
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